Asma



Quem é que não conhece ninguém que sofra ou sofreu de asma? Penso que são raras as pessoas que não conhecem já que é uma doença muito frequente que, em Portugal, representa 10% da população. A asma aumentou exponencialmente em especial depois da 2ª guerra mundial e a prevalência a nível global tem muitas semelhanças com o mapa de distribuição do McDonald’s, ou seja, afeta principalmente os países mais desenvolvidos. No entanto, os locais do globo onde a mortalidade é maior situam-se nos países em vias de desenvolvimento, pelos fracos cuidados de saúde que estes dispõem. Mas se pensam que a asma é uma patologia relativamente recente, estão enganados. No século 2600 a.C. já os chineses descreviam casos de asma. Hipócrates chegou até a pensar e a descrever a asma como uma crise epilética dado que, assim como numa crise de epilepsia, na asma a pessoa está saudável a maior parte do tempo mas de repente tem uma crise asmática vinda do nada. Hoje em dia, já muitos estudos foram feitos e chegou-se à conclusão que a asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, em que o papel dos linfócitos T reguladores é muito importante. 



Mas então quais são os sintomas da asma? A hiperreatividade, inflamação brônquica, obstrução das vias aéreas, hiperplasia das glândulas e aumento da formação de muco. Estas alterações, desencadeadas pela diminuição de fatores anti-inflamatórios como a IL-10, o antagonista do recetor de IL-1, as prostaglandinas E2 e o aumento dos pró-inflamatórios como mediadores lipídicos, citocinas, peptídeos e oxidantes, vão levar a um quadro de tosse, aperto no peito e dificuldades respiratórias. Estes sintomas podem ser agravados pelo exercício físico, infeções víricas, por exposição a pelo de animal, a ácaros, a fumos, ao tabaco, ao polén, a alterações climáticas ou a emoções fortes, a aspirina e os AINE’s também podem provocar crises asmáticas. Por outro lado, esta doença tem uma componente genética importante, relacionada com diferentes cromossomas como o 5, 6, 11, 12 ou 14, que conferem uma desregulação das citocinas. 

Para o tratamento desta patologia é prioritário controlar a produção de muco a nível pulmonar e manter o doente longe de substâncias que poderão desencadear crises. Deste modo, estes doentes devem fazer uma lista de tudo o que desregula o seu sistema respiratório e andar sempre com uma bomba que contém corticosteroides ou salbutamol (ou outro agonista beta-2), para que mal uma crise surja, seja possível o seu tratamento imediato e sem complicações.

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