UM BMW, POIS CLARO!


“And the Winner is…!” À moda dos prémios da industria cinematográfica e da TV, faz de conta que vou abrir o envelope mágico para anunciar o automóvel que… O quê?!?! E não é que o automóvel mais vendido em 2012, o ano de “quase todas” as desgraças (nota: o de “todas” mesmo vai ser 2013, mas logo se vê quando/se chegarmos ao final…) foi, nada mais, nada menos, do que… um BMW, o Série 1 116D Efficient Dynamic? Crise?! Qual crise?!

Foto: BMW Portugal
São cerca de 28.000 euros de automóvel, com toda a elevada qualidade e completos conteúdos pelos quais a marca alemã é por demais conhecida e que chegou às mãos de 1.629 felizes proprietários, seja como automóvel particular (tipo prenda dos papás, dos avós ou do próprio ao próprio) ou carro de serviço, pelos belos serviços prestados à empresa. 

Vejamos… hummm… 28.000 euros X 1.629 matriculas = 45,6 milhões de euros! Nada mau em ano de crise! Um encaixe à cabeça substancial, se bem que cerca de metade vá para o Estado em impostos, com os famigerados IVA e ISV, mas, ainda assim, uma excelente operação para a marca bávara neste paupérrimo ano de 2012! 

A seguir no ‘ranking’ estão um mais comum (sem desprimor para o ‘best-seller’) Renault Clio III 1.2 16V GT 5p 75cv, com 1.497 unidades vendidas, por cerca de 15.000 euros cada, fechando o ‘top-3’ os 1.357 novos registos de Audi A3 1.6 TDI Sportback Attraction 5p 105cv, derivativo que está à venda por 30.500 euros.

Fotos: Renault e Audi
Seguem-se na lista de “Os Mais Vendidos de 2012” propostas diversas e mais de acordo (?!?) com a parca carteira dos cada vez mais ‘esmifrados tugas’, como o Fiat Punto, o Peugeot 208, o Opel Corsa, Renault Megane, VW Polo, Toyota Yaris, etc. 

Ou seja, no nosso Portugal sobre-endividado e que em 2012 se viu cortado à esquerda (mais) e à direita (menos) em tudo o que mexia com cifrões, dois dos três carros mais vendidos no mercado entre Janeiro e Dezembro custam o dobro do outro, que estoicamente se bateu pela contenda, dando nova alegria – um pouco mais contida, é certo – à Rede de Concessionários Renault e à própria marca francesa. 

Isto num mercado que deu um ‘trambolhão do camandro’, levando-nos de regresso aos números de meados dos anos 80 do século passado, pouco passando os 95.000 automóveis ligeiros de passageiros! A título de referência, em 2011 venderam-se cá no burgo cerca de 153.000 carros e um ano antes 223.000, volumes muito longe dos anos dourados do mercado nacional – 1999 e 2000 – quando se ficou muito perto dos 300.000 carros novos. 

Refira-se também que o mercado das duas rodas beneficiou um pouco com a razia no das quatro, pois como “quem não tem cão caça com gato” e à falta de um carrito novo (ou considerando o dispêndio de dinheiro com um usado com mais ou menos anos) ainda houve uns ‘tustos’ para comprar uma moto. Aqui a Honda esteve em grande, dominando a seu belo prazer as várias categorias que compõem este mercado. 

E pronto! Prometo voltar aos temas do “faz de conta que tenho muito dinheiro” e que “vivo num Mónaco ou Abu Dhabi à Portuguesa” e trago-vos o que de melhor se comprou em 2012. Um verdadeiro luxo, diga-se! 

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve! 

José Pinheiro 

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