O coração e a sua amiga Aspirina


A aspirina, ou medicamente falando, o ácido acetilsalicílico, é talvez um dos fármacos mais antigos que encontramos pelas farmácias... A sua origem remonta aos tempos antigos ainda antes de cristo, já que os nossos antepassados ao usarem a casca do chorão nas suas mezinhas repararam que os salicilatos, contidos nesta casca, aliviavam as dores (tinham um efeito analgésico) e diminuíam a temperatura (antipirético). No entanto, este composto teria de ser aperfeiçoado já que estes salicilatos naturais eram potencialmente tóxicos. Deste modo, os laboratórios da medicina do século XIX, começaram a conjugar os salicilatos com o acetato e foi aí que descobriram a beleza e o equilíbrio do composto que hoje em dia é comercializado. 

Dizem que para além destes efeitos de analgésico, antipirético e anti-inflamatório, a aspirina faz muito bem ao coração…. E é bem verdade. Vários estudos o demonstram e factos comprovam-no. A principal forma de proteção cardiovascular que a aspirina tem, é através da sua intervenção no processo da coagulação. O estado da coagulação e a formação de trombos é muito importante para a origem de patologias ao nível dos vasos de irrigam o nosso organismo. A aspirina, quando administrada em determinadas doses já protocoladas, diminui a ativação plaquetária através da sua ligação irreversível a uma enzima denominada COX-1, enzima necessária para a produção de tromboxano A2. O tromboxano A2 estimula a produção de novas plaquetas e tem um efeito pró-trombótico, ou seja potencia a formação de coágulos e trombos. Os coágulos e trombos obstruem os vasos, pelo que os nutrientes e o oxigénio não poderão circular livremente e os tecidos irrigados por estes vasos, ficam comprometidos. Como podem ver a aspirina realmente é um bom aliado de quem precisa de um sangue mais fluido e de uns vasos mais limpinhos.


2 comentários:

Jacp disse...

Muito bom, particularmente bem balanceada a simplicidade com o detalhe científico. :)

Anónimo disse...

parabéns!... este artigo evidencia evolução histórica do medicamento, o que torna a escrita mais completa e apelativa. Por outro lado, apresenta rigor científico nos efeitos práticos do medicamento, ajudando a compreender e a democratizar mais a saúde. Aprendi e fiquei mais interessada pelo assunto.
obrigada.