De acordo com a Convenção Europeia para a Proteção dos Animais de Companhia (Decreto nº 13/93, de 13 de abril de 1993), “entende-se por animal de companhia qualquer animal possuído ou destinado a ser possuído pelo homem, designadamente em sua casa, para seu entretenimento e enquanto companhia” (art. 1º).
Mas, se tivermos em conta esta definição, TODOS os animais poderão ser considerados de companhia!!! Fará isto algum sentido? Cremos que não! E passamos a explicar porquê.
Desde 1992, que a comunidade científica, movida pela preocupação com a qualidade de vida dos animais (silvestre, de produção pecuária, dos zoológicos, de companhia e de experimentação - área do Bem-Estar Animal), e através de uma lista criada por John Webster, que nos fala das cinco liberdades dos animais.
Estas cinco liberdades focam o bem-estar primário de qualquer animal, e dizem-nos que o animal deve ser livre de:
- não sentir sede, fome ou subnutrição;
- não sentir desconforto térmico e/ou físico;
- não sofrer dores, lesões ou doenças;
- manifestar os padrões comportamentais normais;
- não sentir medo ou angústia. (Farm Animal Welfare Council, RU 1992)
Partindo então das cinco liberdades dos animais, como será possível a uma cobra, por exemplo, manifestar os seus padrões comportamentais normais, fechada num aquário? Ou a um pássaro, limitado às grades da sua gaiola?
De acordo com um estudo da Marktest, Target Group Index, em 2013, os portugueses preferem os cães, como animais de companhia, aos outros animais. Cerca de 3 milhões de indivíduos têm pelo menos um cão, sendo os gatos os segundos animais mais escolhidos pelos portugueses.
Mas apesar das suas escolhas, serão os portugueses realmente amigos dos seus animais? Na altura de os cuidar, saberão eles realmente quais são os padrões de comportamento dos seus animais de companhia? Sabem identificar desconforto físico, medo e/ou angústia no seu amigo de duas/quatro (ou nenhuma) patas?
No entanto, esta será uma discussão para outro momento…
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