O IMAGINÁRIO DAS ROTUNDAS


Decerto que já se deparou com umas infra-estruturas redondas (tal como as rodas que nelas circulam) que denominamos de “rotundas”. Aliás, é impossível a qualquer condutor não tropeçar logo desde o seu processo de aprendizagem, já que nos últimos anos fomos invadidos por um surto das ditas, como se de uma epidemia se tratasse, engalanadas a gostos mais ou menos duvidosos e com resultados variáveis em termos de ajuda ao escoamento do tráfego.




Não houve distrito, concelho, freguesia, localidade ou lugarejo que não se visse contemplado com uma dessas estruturas, idealizadas para aumentar a segurança nas estradas e diminuir o número de acidentes, em locais onde anteriormente existiam cruzamentos difíceis ou de elevada taxa de acidentes e mortalidade. 

Viseu é considerada a “Capital Nacional das Rotundas”, com cerca de 200 exemplares no seu perímetro urbano. Mas muitos milhares mais se espalham pelo país, palcos por excelência de grandes concertos de ‘buzinanço’ – quiçá fazendo sombra aos Coliseus de Lisboa e Porto ou à MEO Arena – e mesmo de teatro de declamação – fruto da extensa atribuição de adjectivos a familiares dos condutores que nem sequer se conhecem.




Mas descanse que este imaginário das rotundas também se alastra ao resto do mundo, com exemplares como o da imagem acima. A chamada “Magic Roundabout” em Swindon (Inglaterra) é uma das mais impressionantes, compondo-se de uma rotunda central cercada por nada menos do que cinco mini-rotundas! 

Se achava que conduzir na faixa oposta em terras de Sua Majestade já era suficientemente complicado, imagine ver-se neste cenário!



Para o comum dos mortais que na sua vida até conduz do lado contrário e apenas tem que lidar com uma rotunda de cada vez, parece assustador mas até parece funcionar na perfeição, pois no meio daquele bailado de veículos, os seus condutores até parecem entender-se! 

É quase – mas só quase – tão impressionante quanto o entendimento demonstrado entre os utentes deste cruzamento da Praça Meskel, em Addis Abeba (Etiópia), onde se dispensa a dita da rotunda…



Fantástico, não é?

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já circulei nessa Magic Roundabout, mas felizmente não ía eu a conduzir. Mas funciona, é um facto.
Ana