Imagine que neste Natal, o velhinho de barbas brancas até achava que nos últimos 365 dias, vá-se lá saber porquê (o mais certo era ter as lentes dos óculos riscadas ou embaciadas), o/a leitor/a até tinha sido um tinha sido um/a lindo/a menino/a e lhe deixava um “brinquedo” destes junto à árvore de Natal.
Fotos: Colnago / Pinarello |
Digo “brinquedo”, assim, com aspas e tudo, porque estas não são umas ‘biclas’ quaisquer, longe disso! Uma dá pelo nome de Colnago C59 Disc e a outra é uma Pinarello Dogma 2, naquelas que são duas das melhores propostas do mercado de bicicletas de estrada. Os seus preços andam na ordem dos 17.000 e 10.000 euros, respectivamente – coisa pouca, portanto – devendo-se a uma série de factores, nomeadamente à qualidade dos materiais empregues na sua construção, com destaque para as estruturas em carbono de ambas, que contribui fortemente para reduzir o peso e aumentar o equilíbrio dos conjuntos, tornando-as em excelentes opções de compra (havendo orçamento a condizer, claro está).
E o melhor destina-se sempre aos melhores, no caso presente a Martyn Ashton, Danny MacAskill e Chris Akrigg, os quais não foram de modas e decidiram verificar as qualidades da ‘bicla’ da Colnago em percursos alternativos, menos adequados à dita (é uma bicicleta de estrada, não de BTT), resultando num dos melhores vídeos de acrobacias em duas rodas do presente ano.
Vale de tudo: de tubagens gigantes abandonadas, a estreitas estruturas de pontes, carris ferroviários, escorregas de água, destroços de aviões e de comboios, raízes e troncos de árvores… Sei lá, tudo o que estes meninos se lembraram de usar foi utilizado como percurso, num sem-número de acrobacias que até aqui achava impossíveis de concretizar, ainda para mais usando-se bicicletas desenhadas para estradas de alcatrão, não para em percursos de ‘trial’.
Trata do episódio 2 de um outro que Ashton fez sozinho em 2012, então equilibrado na tal Pinarello. Tal como no anterior, o próximo exemplo é não só demonstrativo das capacidades das ditas, num ambiente que lhes é (será?!) totalmente inadequado, como da destreza e espírito aventureiro (por vezes praticamente demente) dos seus autores.
Claro que Ashton ‘y sus muchachos’ não puderam fazer as filmagens de um modo seguido, como (aparentemente) o fez Ken Block no exemplo a quatro rodas que apresentei há algumas edições atrás do Trendy Wheels, no texto “ÀS VOLTINHAS NOS CARROCÉIS", em que mostrei as capacidades do norte-americano ao volante de diversas ‘máquinas’. No caso de Ashton, piloto/duplo britânico de 40 anos – ya… já devia ter idade para ter juízo, mas ainda bem que não tem! – e detentor de vários recordes do Guinness em duas rodas, mas, também, de várias mazelas, decorrentes de algumas acrobacias mal sucedidas, não surpreende que algumas das cenas tivessem de ser filmadas por várias vezes, fruto de alguns acontecimentos (in)esperados e que obrigaram a repetir as ‘avarias’! Veja aqui alguns exemplos:
Pronto… chega… não vou ‘massacrá-los’ mais! Está na hora de começar a aproveitar os presentes que o Pai Natal trouxe. Tenham sido poucos ou muitos, o que importa é que amem as pessoas que todos os dias fazem o vosso Natal e que regularmente lhes dêem enormes e sentidos “gosto muito de ti”!
Resta-me, por isso, deixar os votos de continuação de Boas Festas e, se se fizerem acompanhar de rodas na estrada, façam-no com conta, peso e medida. Deixo os habituais cumprimentos distribuídos irmãmente e um até p’ró ano… é que, em princípio, só nos voltaremos a ‘ver’ em 2014!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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