Alertas Para o Regresso à Escola


Começaram as aulas e a azáfama matinal, das mochilas, pequenos-almoços engolidos a correr, o corre-corre da porta de casa para fora, com um rápido mas indispensável beijo aos pais e mães. Às vezes é acompanhado de um enfadado “até logo”, em face do que antecipa um dia de longas aulas, mais difíceis ainda depois de umas férias de Verão anormalmente longas. Só que, por vezes, esse ansiado regresso a casa não se faz com a normalidade habitual.




De acordo com o mais recente estudo da APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil, são mais de 20 as crianças e jovens que, semanalmente, sofrem atropelamentos diversos nas nossas estradas, representando 32% da totalidade dos acidentes em ambiente rodoviário. A maioria abrange jovens dos 10 aos 14 anos, em zonas residenciais e durante percursos casa/escola. Assim e com a dinâmica que lhes é habitual e aproveitando este início de ano lectivo, aquela organização implementou uma campanha de abrangência nacional, para a sensibilização dos condutores sobre este tema. 

Na manhã do passado dia 17 de Setembro, a APSI esteve à porta de alguns estabelecimentos de ensino de Lisboa, realizada em conjunto com a PSP e a GNR uma Operação STOP, acção pedagógica que contou com a participação de algumas crianças. Acompanhadas por agentes da autoridade ou elementos da APSI, petizes de várias idades – nomeadamente das abrangidas por estas estatísticas – abordaram alguns condutores, sensibilizando-os para a necessidade de adaptarem o seu comportamento perto de escolas e outros locais frequentados por crianças, como forma de evitar esses atropelamentos.

Imagens: APSI (oficiais)
A campanha decorre até ao próximo dia 4 de Outubro em várias plataformas e conta com diferentes apoios, mas o principal e esmagador virá de si caro/a condutor/a, com o seu contributo para baixar aqueles números até ao patamar zero! O seu comportamento ao volante é crucial para este objectivo, sendo sabido que todos andamos com a cabeça na lua, seja pelo estado da nação que se reflecte nas finanças lá de casa, seja porque nos atrasámos para um compromisso, o que nos faz ter o pé mais pesado no acelerador! Há ainda os estacionamentos indevidos, em cima de passadeiras ou passeios, ou a paragens em 2ª fila, para além da “doença da moda” que ‘cola’ os telemóveis e demais aplicações aos nossos dedos, algo impensável – mas infelizmente tão real - quando estamos ao volante!


“Andar a pé é um direito da criança, para além de um comportamento saudável e sustentável. A segurança e a mobilidade da criança não podem estar comprometidas pelo excesso de carros e pelo comportamento abusivo dos condutores,” referiu-nos Sandra Nascimento Presidente da APSI. 

Os números acima são isso mesmo, números e frios, é certo, mas essas 20 crianças e jovens que morrem ou ficam feridos na sequência de um atropelamento são bem reais, destruindo-se, em parte ou no todo, o seu futuro e o dos seus familiares e amigos.

Sem me alargar muito mais, o Trendy Wheels subscreve alguns dos pedidos feitos pela APSI, para os quais terá, decerto, uma atenção redobrada no futuro:
  • Perto de escolas, zonas residenciais, campos de jogos, parques infantis, ou outros locais onde possam existir crianças e adolescentes circule abaixo dos 30 km/h;
  • Reduza também a velocidade na aproximação de passadeiras ou locais de atravessamento de peões;
  • Não estacione em cima de passeios, passadeiras ou em 2ª fila, pois obriga a que as crianças se desloquem para as estradas para ultrapassar esses obstáculos caminhar ou obriga-os a atravessar em qualquer lado que não o ideal;
  • Sempre que possa, ande com a criança a pé, preparando-a para mais tarde ela poder deslocar-se autonomamente. Ensine-a a identificar situações de maior risco e a adoptar comportamentos defensivos;
Dê o exemplo, quer enquanto peão, quer enquanto condutor. As crianças aprendem mais com o que veem do que com o que lhes dizem.

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro


Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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