LET’S FLY AWAY…


Voar… a tentativa inglória de Ícaro que, segundo a lenda, voou cada vez mais alto com as suas asas de penas e cera, feitas pelo seu pai Dédalo, até que se aproximou em demasia do sol, astro-rei que lhas derreteu e o fez cair no mar Egeu, ali se afogando sem que mais dele se soubesse!




Ou a mais realista proposta de Leonardo da Vinci que, em pleno século XVI, provou que voar não era algo irreal, através do seu ornitóptero, a primeira máquina voadora propulsionada pelos braços do homem, gerando sustentação e propulsão por intermédio pelo seu movimento, num processo semelhantemente ao das aves, morcegos e insectos voadores. Ou mesmo a passarola voadora do padre Bartolomeu Lourenço, visionário e pioneiro da história da aviação, inventor de um aeróstato, o primeiro engenho capaz de se elevar no ar. 

Hoje, milhares de anos depois de Ícaro, o Homem voa mesmo, cumprindo o sonho do trio de iluminados acima, fazendo-o bem mais perto do sol mas no interior de pesados modelos mecânicos, a que chamamos aviões. Isto já para não falar dos ‘space shuttles’ e afins, reservados às equipas de astronautas ou para alguns dos detentores das maiores fortunas do mundo.





Posto este intróito, sabia que as 300 maiores rotas, em volume de passageiros, representam mais de 20% do tráfego aéreo do planeta Terra? E que, ao contrário do que possa pensar, as rotas mais volumosas não são aqui na Europa, nem na América do Norte? Pois… nada menos do que sete delas são na Ásia, com as restantes três na América do Sul, no Pacífico Sul e no extremo sul do continente africano.




Em 2012 foram 10,2 milhões – mal comparado, é a quase totalidade da população portuguesa – os passageiros que voaram entre Jeju e Seoul, um pequeno voo de 450 km na Coreia! 8,2 milhões voaram 819 km de Sapporo até Tóquio, no Japão, e 7,7 milhões embarcaram no Rio de Janeiro e chegaram a São Paulo, depois de 366 km pelo espaço aéreo brasileiro. Os restantes sete voos mais ‘volumosos’ constam da infografia acima, rotas relativamente curtas (entre os 400 e os 1.500 km), que não vivem apenas de passageiros locais, tendo o turismo um peso bastante significativo. 

Já um voo longo, pode obrigar a que se façam vários milhares de quilómetros confinados num “pássaro de lata”. O maior de todos era, até ao ano passado, o de um de um Boeing 747-400ER, da companhia Quantas, que a 16 de Maio de 2011 havia ligado Sidney (Austrália) a Dallas (EUA), em modo ‘non-stop’, numa viagem de nada menos do que 13.804 km, cumprida em cerca de 15 horas e 25 minutos! Mas não… isso não chegava pois o Homem corre atrás dos recordes e, assim, a 23 de Novembro de 2013 um Airbus A340-500 da Singapore Airlines fazia 15.345 km de Newark (EUA) a Singapura em 18 horas e 50 minutos. Praticamente um dia inteiro metido num avião… Que medo!!! 

Enfim… para não me alargar muito mais, deixo-vos dois vídeos que dão uma ideia real de como funciona o espaço aéreo do nosso planeta, condensando 24 horas de voos comerciais em pouco mais de 60 segundos!






Ambos fazem lembrar uma imensa colmeia, com milhares de ‘abelhinhas’ que vão acordando e adormecendo em função do aparecimento do sol, esse mesmo, o tal que derreteu o sonho de Ícaro!

Posto isto, faço votos de umas excelentes férias, se possível, integrando uma viagem destas, que possa ser filmada do espaço.

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro


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