Acha Que o Seu Filho Viaja Seguro? Ou Tem a Certeza?


Sabia que apenas metade das crianças com idades entre os 0 e os 12 anos são transportadas correctamente no interior dos automóveis, em dispositivos adequados e perfeitamente instalados? E que algumas crianças ainda viajam sem cinto ou ao colo de adultos? É, por isso, pertinente a pergunta acima, da autoria da APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil, pretendendo alertar para uma situação deveras preocupante e a que urge dar resposta.




Em prol de uma consciencialização que nunca deve abrandar, a ANSR – Associação Nacional de Segurança Rodoviária tirou partido da experiência da APSI e, juntas, criaram uma campanha de sensibilização para a correcta utilização e instalação desses sistemas de retenção de crianças, vulgo “cadeirinhas”. Para o efeito, produziram nada menos do que quatro vídeos, neles se explicando detalhadamente quais os dispositivos adequados a cada escalão etário, com base nas duas normas em vigor – os Regulamentos 44 e 129 (este também conhecido como iSize) – a sua montagem, a sua instalação nas viaturas com cintos de segurança ou através do sistema ISOFIX, e a própria colocação da criança e adaptação dos cintos do dispositivo à mesma. 

Porque os vídeos são elucidativos por si, convido-as/os a verem-nos, nomeadamente o(s) que se identificar(em) com os seus filhos ou com as crianças que, eventualmente, viajem consigo. Lembre-se: ao volante não é apenas a sua segurança que conta, mas a dos passageiros que viajam consigo, nomeadamente os mais jovens.

O primeiro vídeo explica quais as cadeirinhas mais adequadas aos recém-nascidos e crianças no primeiro ano de vida, com limites de 12 meses, 13 kg de peso ou 75 cm de altura. São os também chamados de “ovos”:



O segundo detalha as instalações das cadeirinhas para crianças entre os 1 e 2 anos, com limites de 18 e 25 kg ou 105 cm de altura, devendo a mesma ser feita, preferencialmente, de costas para o trânsito.



O terceiro demonstra semelhantes procedimentos para crianças dos 2 aos 6 anos, com os mesmos limites de peso e estatura, mas com instalação de frente ou de costas para o sentido do trânsito (solução preferencial).



O último vídeo explica o derradeiro escalão, antes de as crianças ultrapassarem os limites definidos e, assim, passarem a usar os bancos das próprias viaturas como qualquer adulto o faz. Abrange os petizes dos 6 aos 12 anos, com pesos dos 15 aos 36 kg.



As explicações e demonstração de procedimentos cabem, nestes quatro filmes, a Sandra Nascimento, Presidente da APSI, e a Helena Sacadura Botte, Técnica de Segurança Infantil desta associação. São elas, em conjunto com uma equipa de voluntários e voluntárias que se dedicam à organização de inúmeras acções de consciencialização, com cariz mais ou menos regular, nomeadamente as Clínicas de Segurança Rodoviária. Se pretender apoiar a APSI ou prestar serviço de voluntariado, clique AQUI.

Lembre-se: as viagens de férias estão aí mas não é só nesta altura em particular que se tem de preocupar com os mais novos a bordo, tal deve acontecer todos os dias, em todas as viagens! Isto porque, de acordo com o último estudo de observação da APSI, sobre a forma como crianças até aos 12 anos são transportadas em veículos ligeiros de passageiros em ambiente de auto-estrada, os resultados indicavam que 14% dessas crianças viajava sem qualquer protecção – ao colo ou à solta no carro – sendo a percentagem mais elevada e, por isso, a mais preocupante, a do grupo entre os 4 e os 12 anos. Dos que efectivamente utilizavam cadeirinha, nada menos do que metade foram identificados como estando a ser transportados incorrectamente, sendo aqui o grupo mais protegido o que inclui petizes dos 0 aos 3 anos. Ou seja, a grande maioria das crianças dos restantes escalões não viajava devidamente protegida!

Pense neste tema muito a sério! Actue em conformidade, adquirindo os dispositivos adequados e devidamente homologados. Fuja do conceito do “mais barato”, pois na maioria das vezes pode sair demasiado caro. Atente aos empréstimos de cadeirinhas usadas de filhos de familiares ou amigos pois, como em tudo na vida, essas também perdem capacidades com o passar do tempo, nomeadamente ao nível dos cintos ou fixações. Assegure-se que as crianças estão devidamente protegidas e vá de férias mais descansada/o!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro


Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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