Constelações do Palato

Por definição, uma Estrela é uma esfera de plasma de grandes dimensões e luminosidade, mantida íntegra pela sua própria gravidade, e a que está mais próxima de nós é o Sol, que, como decerto sabem, é o elemento central do Sistema Solar e fonte da maior parte da energia do nosso planeta. Outras há que são mais ou menos visíveis durante a noite, quando não são ofuscadas pela luz solar ou bloqueadas por fenómenos atmosféricos.

Fotos: Michelin e Repsol

 Mas não é só no céu estrelado que há constelações ou asterismos, pois aqui na Terra também brilham estrelas e sois de enorme intensidade, agrupados em distinções gastronómicas atribuídas por duas empresas relacionadas com as rodas: a Michelin, produtora de pneus e outros derivados de borracha, e a Repsol, ligada à vertente dos combustíveis e outros derivados.

Começando pela marca francesa, há mais de um século que a Michelin atribui as famosas e muito cobiçadas “Estrelas Michelin” aos mais famosos restaurantes que fazem parte de um não menos reputado “Guia Michelin”, da sua autoria. Nele incluem-se as estradas de todo o mundo – há muito que já o fazem por continentes e/ou grupos de países – e os locais de repasto de paragem obrigatória, distinguindo os melhores com a atribuição de 1, 2 ou 3 estrelas.

Fotos (da esq. para a dta.): José Avillez, Hans Neuner e Dieter Koschina (oficiais)

Na mais recente edição do seu guia para Espanha e Portugal são 14 os restaurantes lusos galardoados, se bem que ainda nenhum com a distinção máxima (acredito que será uma questão de tempo). Tal como foi amplamente divulgado há alguns meses pela imprensa, temos três espaços com 2 estrelas: o Belcanto (Lisboa), com o Chef José Avillez a ser o primeiro português a conquistá-las para a capital, e os algarvios Ocean (Porches) e Vila Joya (Albufeira), cujas cozinhas estão sob a supervisão dos austríacos Hans Neuner e Dieter Koschina, respectivamente.

No grupo dos premiados com 1 estrela estão o restaurante Pedro Lemos (Porto), sob a direcção do mesmo e que se estreia nestas andanças, e o São Gabriel (Almancil) que recuperou a estrela que já havia tido, para agrado da equipa comandada por Leonel Pereira. Mantiveram-se neste grupo os seguintes espaços gastronómicos de excelência (por ordem alfabética): Casa da Calçada (liderado por Vitor Matos, em Amarante), Eleven (Joachim Koerper, Lisboa), Feitoria (João Rodrigues, Lisboa), Fortaleza do Guincho (Vincent Farges, Cascais), Henrique Leis (do Chef com o mesmo nome e que também é pintor, em Almancil), Il Gallo d'Oro (Benoît Sinthon, Funchal), The Yeatman (Ricardo Costa, Gaia), L’And Vineyards (Miguel Laffan, Montemor-o-Novo) e o Willie's (Willie Wurger, Vilamoura).

Fotos (da esq. para a dta.): José Avillez, Vincent Farges, Hans Neuner e Dieter Koschina e Benoît Sinthon (oficiais)

Mais contida em termos geográficos, pois apenas abrange a Península Ibérica, ao mesmo tempo que distingue maior número de espaços, a Repsol editou o “Guia Repsol 2015”, concedendo os seus prestigiados Três Sóis a nada menos do que 43 restaurantes na região. Entre eles estão cinco espaços lusos, todos referidos acima: Belcanto, Fortaleza do Guincho, Ocean e Villa Joya, a que se juntou este ano o madeirense Il Gallo D'Oro. Dezasseis outros restaurantes portugueses têm Dois Sóis e 52 Um Sol! Uff… para ver a lista dos distinguidos clique aqui e depois escolha a região.

Fotos: Belcanto, Ocean, Vila Joya, Fortaleza do Guincho, Il Gallo D’Oro (Oficiais)

Posto isto, se a sua carteira os suportar – a grande maioria são do tipo ‘upa-upa’ e, às vezes, mais uns ‘upa’ – visite um ou mais destes espaços e delicie-se com as propostas dos premiados Chefs.

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

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