Uma Questão de Bom Senso


Imagine-se a tirar a carta, chegar a uma aula de condução e deparar-se com o seu instrutor a dizer-lhe que vai sair uma lei que obriga a que se saiba escrever SMS enquanto se conduz!!! Quê?!?! Foi isto o que aconteceu na Bélgica, numa acção do tipo “apanhados”, concebida pela organização Responsible Young Drivers há já alguns anos, apresentando-se como razão o exponencial número de pessoas que continuam a teclar no telemóvel enquanto conduzem, apesar das mais diversas acções de sensibilização. 
De perfeitamente incrédulos a atrapalhados com o processo, os alunos de uma escola da região de Bruxelas chegaram ao final da dita aula em total desespero e irritação, ao ponto de um deles dizer “se a lei passar deixo de conduzir”! Veja aqui:



Volto, assim, a um tema que tem um ‘je-ne-sais-quoi-de-dejà-vu’ nesta edição, tipo sequela do texto publicado em Outubro passado, sobre as ‘selfies’ ao volante: LET ME TAKE A SELFIE. Se há êxitos de bilheteira que o fazem amiúde, porque não fazer também um aqui na secção das rodas do seu multi-temático blog? E, como no meu dia-a-dia continuo a ver o pessoal ‘agarradinho’, com uma mão no volante e outra (mais os olhos) nos telemóveis, como se nada se passasse à sua volta, colocando em risco as vidas deles e dos que os rodeiam, aqui fica mais uma injecção de “boas maneiras”.




Ahhhhhhhh… as tais mensagenzinhas rápidas mas que sempre demoram, em média, 10 segundos a compor, representando 280 metros percorridos pelo carro sem que o alheado condutor se aperceba do que, entretanto, aconteceu à volta. 

Para além do exemplo acima, recordo duas outras acções desenvolvidas com vista a tentar irradiar esta praga ao volante, uma da Volkswagen e outra da NHTSA, a Autoridade Norte-Americana de Segurança Rodoviária. 

A OgilvyOne Worldwide Beijing, agência de publicidade da marca alemã no mercado chinês, desenvolveu uma curiosa acção denominada “Eyes on The Road”. Para tal, equipou uma sala de cinema de Hong Kong com um emissor de localização e enviou um SMS simultâneo para todos os ‘smartphones’ dos espectadores presentes, numa altura em que no ecrã passava um pequeno filme publicitário. Veja aqui o resultado:



Salta à vista não? Tanto quanto saltaram os presentes, estupefactos com algo que, mal ou bem e por instantes, os fez reter a sensação de perigo inerente à leitura de SMS enquanto se conduz. Claro que não estavam a conduzir, claro que estavam no cinema e claro que agarraram no telemóvel como o fariam noutro lado qualquer… como também no carro!

Se, ainda assim, não chegar, deixo-lhe este outro vídeo encomendado pela autoridade reguladora de segurança nas estradas dos EUA, sob o lema “U Drive, U Text, U Pay”. Embora sem sangue, alerto que neste o impacto das imagens pode chocar os mais sensíveis (embora pouco mais do que o que nos entra em casa diariamente nas séries de TV):



Não sendo usado com conta, peso e medida, o automóvel, dadas as suas características – velocidade, volume, peso, formato, etc – torna-se, por vezes, numa arma mortífera no caótico trânsito das nossas urbes e mesmo nas auto-estradas, pelo que se a ele associarmos um condutor descuidado ou distraído, o resultado é tudo menos brilhante. Por isso, refreie-se no uso do telemóvel quando estiver ao volante, aproveite as funções Bluetooth de “mãos-livres” e de “controlo por voz” que muitos deles passaram a integrar. O resto faça-o quando estiver devidamente estacionado ou fora do carro. 

Note-se que não me considero como “O” defensor das causas ou nem salvador da pátria, mas tento ajudar, como cidadão minimamente consciente, pelo até pode ser que a coisa se vá compondo, mesmo que devagarinho. Faça-o também!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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