Glúten

No âmbito do exercício físico e nutrição, é frequente surgirem modas com capacidade para alterar teorias que persistem durante anos. Na maior parte dos casos, não passam de simples "correntes". Noutros, a sua coerência é tão imponente que rapidamente conquistam um lugar de destaque tornando o que se fez ontem em algo errado ou simplesmente ultrapassado. 

Esta questão aplica-se tanto no âmbito das metodologias de treino como nas dietas fazendo com que surjam novas tendências constantemente.

Seja Cetogénica ou Paleolítica, a verdade é que as pessoas se deixam levar pelas novidades do mundo da nutrição, muito pelo desempenho físico mas principalmente pela busca incessante de resultados que tardam em aparecer. No entanto, a eficácia das mesmas não está aqui em causa. O mais importante será fazer tudo com conta, peso e medida e, preferencialmente, com acompanhamento especializado por parte de nutricionistas em vez da autorrecreação. 

No seguimento desta temática, nos últimos tempos, muito se tem ouvido falar sobre Glúten e será esse o nosso tema de hoje.

Basicamente, muitos especialistas têm colocado em causa o facto das massas integrais não serem tão saudáveis quanto se julga por conterem uma substância (Glúten) que é associada, entre outras coisas, ao aumento de peso. Fonte de negócio por parte das indústrias, ou não, a verdade é que a venda de alimentos sem Glúten disparou exponencialmente desde 2006. 

À parte das modas, os principais "interessados" numa dieta sem Glúten são os celíacos. A doença celíaca caracteriza-se pela intolerância ao Glúten contribuindo para que o organismo tenha dificuldade em absorver outros nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. A médio/longo prazo, as lesões no intestino, caso o consumo desta substância não seja abolido, serão inevitáveis. Esta doença, apesar de não escolher idade nem sexo, manifesta-se mais nas mulheres adultas.



Então, o que é o Glúten? 

Trata-se de uma proteína que pode ser encontrada na aveia, centeio, cevada e trigo. Além de ser responsável pelo sabor espetacular característico dos bolos e biscoitos, é um dos elementos que confere elasticidade às massas. 

No entanto, tem sido alvo de muitas críticas recentemente. Além de fazerem crer que não acrescenta qualquer tipo de valor ao organismo, começam a surgir teorias na sua relação com o aumento de peso, como já foi referido anteriormente. Por outro lado, também existe quem defenda uma dieta sem Glúten tem a mesma capacidade de fazer aumentar/diminuir o peso como qualquer outra. Na realidade, independentemente da dieta o que importa é a quantidade calórica ingerida e os hidratos de carbono totais. Então, em que ficamos?

Engorda ou não?

Diretamente, não! A forma mais correta de explicar que o Glúten não faz engordar é pelo facto de, ao não consumirmos essa proteína, estamos a abdicar de alimentos ricos em hidratos de carbono como o pão, as massas, farinhas e outros produtos de confeitaria. Assim, ficam de lado as pizzas, bolos, biscoitos e tudo aquilo que normalmente apelidamos de "bombas calóricas". Acaba por ser um meio para atingir um fim.

Ao abdicarmos destes alimentos, naturalmente, faremos opções bem mais saudáveis (frutas, legumes, leguminosas, carne, peixe, arroz, etc.). No entanto, não significa, necessariamente, que a dieta sem Glúten seja considerada mais saudável dado que ao deixar de comer certos cereais, estamos a privar o organismo de outros nutrientes importantes. Daí a importância em manter hábitos alimentares saudáveis e variados, principalmente se o não consumo de Glúten for por mera opção. No caso dos celíacos, a questão será outra.

Quando não estamos perante um caso de patologia, recorrer a uma dieta sem Glúten permitirá reparar alguns danos causados pelos maus hábitos alimentares ocorridos anteriormente. Contudo, desconfio que muitos se deixam levar pelos efeitos da publicidade e marketing. O que pretendo dizer com isto? Pelo facto de percorrermos os corredores dietéticos/"saudáveis" e enchermos o cesto com alimentos supostamente "saudáveis" não quer dizer que possamos abusar do seu consumo. Apesar de não conterem Glúten (ou qualquer outro tipo de substâncias), continuam a possuir uma elevada carga calórica. A velha máxima volta a aplicar-se quando afirmamos que, tudo em excesso faz mal! Assim, se a tolerância ao Glúten não foi diagnosticada, poderá ser consumido de forma moderada, como em tudo na alimentação. 

2 comentários:

#elaeamarmita disse...

Mt Bom!!

Mrocha disse...

Obrigado pelo feedback #elaeamarmita

Esperamos continuar a trabalhar nesse sentido!

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