Podia até parecer um título da saga de Hercule Poirot, sublime e inigualável
personagem da autoria da ‘crime master’ Agatha Christie, mas o que eu vos trago
hoje não é um crime mistério a ser resolvido pelo detective belga de bigode
revirado. Nada disso, se bem que o tema tenha uma conotação gaulesa, senão vejamos!
Quem é que nunca pensou o quão fixe seria ter um ‘valet’ (leia-se um
misto de ‘chauffeur’ e mordomo) que fosse estacionar e buscar o carro, enquanto
vamos para um almoço, reunião e/ou fazer compras, sem que tenhamos de andar às
voltas pela cidade ou num infindável parque de estacionamento, desesperando por
um lugar?
Fotos: BMW |
Essa poderá ser uma realidade a médio prazo, sendo que os construtores
automóveis – nesta (saudável) loucura que se tornou a incorporação de novas
tecnologias de apoio à condução – não perdem tempo em oferecer algo de
diferente e, principalmente, útil. A BMW acaba de demonstrar isso mesmo, tendo
apresentado um ‘valet’ invisível que nos arruma e vai buscar a viatura,
bastando para isso um toque num ‘smartwatch’ (relógio/comando de pulso dedicado).
Fê-lo no “CES 2015”, o maior evento de electrónica de consumo do mundo,
realizado em Janeiro último em Las Vegas (EUA), demonstrando o processo, com o
seu “Remote Valet Parking Assistant”. Veja como funciona aqui:
Fantástico! Acabaram-se as milhentas voltas ao quarteirão ou aos parques subterrâneos dos ‘shoppings’ e afins em plena hora de ponta. Acabou-se o stress daquele lugar que estava mesmo ali mas que alguém menos escrupuloso ocupou, quando até já o tinha visto primeiro, levando os seus nervos quase ao limite, pois a reunião em que devia estar com o chefe já há muito começara. Acabou…
Calma!!! Já esteve mais longe mas a sua massificação aos comuns automóveis ainda demorará algum tempo. Para já a marca alemã apresentou um protótipo – já bastante avançado – deste sistema automatizado, aplicando-o num BMW i3 – uma das suas coqueluches eléctricas do momento, modelo que por cá pode ser adquirido por valores entre os 38.000 e os 46.000 euros, embora ainda sem esta funcionalidade.
Como pôde ver acima, permite-se o seu estacionamento de modo automatizado, algo possível pela combinação das informações recolhidas por sensores e ‘lasers’ presentes no modelo, conjugados com as plantas digitais dos edifícios em causa. Ao condutor basta usar o tal comando de pulso para activar o “Remote Valet Parking Assistant” e o sistema conduzirá o seu BMW pelos diferentes pisos, até encontrar um lugar vago, sem que seja necessária qualquer intervenção física sua, que até pode estar fora do carro, já a tratar da sua agenda. O sistema reconhece a estrutura do edifício e das viaturas estacionadas ou em movimento, contornando os obstáculos que, eventualmente, se lhe atravessem. Uma vez encontrado um lugar, o BMW i3 estaciona, tranca-se e fica a aguardar novas instruções do utilizador, por novo toque no ‘smartwatch’ ou por comando vocal – isso mesmo, tipo “Kitt” da série de TV “O Justiceiro” de há umas décadas – voltando a ir, obedientemente, ter com o seu dono!
Mas os avanços no domínio da condução autónoma não se ficam por aqui, pois a BMW, como vários outros construtores, já há muito ensaiam viagens de viaturas sem condutor a bordo nos vários recantos do planeta, em pistas fechadas e em estrada aberta. Um dia hão-de ser comuns viagens com intervenções mínimas de quem neles viaja, com as viaturas a fazerem (quase) tudo sozinhas, identificando o ambiente envolvente e a desviarem-se de obstáculos ou travarem para evitar colisões. Até mesmo ao detectarem eventuais desmaios, faltas de acção/intervenção em determinadas situações, parando o veículo na borda da estrada, estabelecendo depois chamadas de emergência mesmo sem a intervenção do debilitado condutor. Poderão até levá-los aos hospitais ou esquadras da polícia, depois de analisarem dados como pulsações, índices de glicémia, temperatura do corpo ou transpiração que demonstrem que o condutor não está em condições ou a responder às exigências da condução.
Por isso, se um dia destes vir um BMW a passar por si sem que ninguém pareça – ou esteja – ao volante, não se admire… são sinais dos tempos.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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