Se há marca automóvel que mais tem contribuído para salvar vidas nas estradas do planeta, ao longo da história já secular dos veículos de quatro rodas, ela é a Volvo. Nascida em 1927 em Gotemburgo (Suécia), os seus estatutos assentam, desde o início e entre outros, na inovação ao nível da segurança dos veículos e passageiros, num vasto património de soluções que têm vindo a ser copiadas ou adaptadas quase transversalmente pela restante indústria.
Caso não saiba, a inclusão do primeiro cinto de segurança de três pontos (sistema que todos nós hoje usamos) de série chegou pelas mãos da Volvo em 1959, tendo a mesma abdicado dos direitos de patente, de modo a que outros pudessem também incluí-los nos seus automóveis. Depois… bem, depois foi o que se segue:
- em 1972 apresentou a primeira cadeira de criança voltada para a rectaguarda;
- em 1991 equipou as suas viaturas com um sistema de proteção contra impactos laterais, adoptando um chassis muito robusto e materiais que absorvem a energia gerada pelos impactos, evitando que ela se propague na totalidade para o interior das viaturas e ocupantes;
- em 1994 fez outra estreia mundial, com os airbags de impacto lateral;
- em 1998 concebeu bancos e encostos de cabeça que minimizam o denominado “efeito de chicote” no pescoço;
- em 1998 foram os airbags de tejadilho;
Já no século XXI implementou o sistema de proteção contra capotamentos (2002), o sistema de vigilância de angulo morto (2003), o sistema de ajuda à travagem em cidade (2008) e o de detecção de peões (2010). Ufff!!!
Ou seja, ideias verdadeiramente válidas não faltam nas cabecinhas pensadoras dos departamentos de engenharia e segurança da Volvo e eis que, de repente, surge novo projecto, ainda em fase de desenvolvimento, uma vez mais relacionado com os sistemas de retenção de crianças (vulgo cadeirinhas). Delicie-se com este vídeo:
A equipa de design da Volvo Cars reinterpretou, na totalidade, o modo como as crianças poderão viajar em segurança nos automóveis do futuro. “Começámos por questionar como poderíamos facilitar a vida aos pais e aumentar a segurança dos seus filhos em termos de bancos para crianças,” comentou Tisha Johnson, responsável de design de interiores no Centro de Estudos e Monitorização da Volvo Cars. “Focámo-nos em três principais benefícios: facilitar a colocação da criança na cadeira e para fora dela, em termos ergonómicos e de conforto, proporcionar à criança uma posição confortável e segura virada para a retaguarda, permitindo manter o contato visual com o condutor ou o passageiro traseiro, e naturalmente, assegurar espaço de armazenamento suficiente para os acessórios vitais das crianças tais como biberões, fraldas, toalhetes e assim por diante.”
Fotos: Volvo (oficiais) |
Ainda em termos de cadeirinhas, a Volvo tem outro projecto em mãos que, uma vez aprovado e comprovado a 100%, mudará tudo o que até aqui conhecemos, nomeadamente em termos de transporte das cadeiras quando andamos em transportes públicos ou em carros que não os nossos. Passaremos a andar com uma mochila às costas que, uma vez insuflada, se transforma numa cadeira. Conheça este Protótipo de Cadeirinha Insuflável aqui:
Imaginativo, prático e, principalmente, seguro, ou não fosse a Volvo também experiente nesta matéria, como se exemplifica com novo rol de exemplos, alguns deles implementados em estreia mundial neste capítulo:
- em 1964 apresentou o primeiro protótipo para uma cadeira de criança, concebida com base no conceito das viagens dos astronautas, que são maioritariamente feitas de costas;
- em 1967 implementou o banco dianteiro reversível, por rotação, permitindo a montagem de uma cadeirinha;
- e em 1972 desenvolveu a primeira cadeirinha para ser montada virada para trás, permitindo minorar os impactos nos pescoços e coluna em caso de impacto.
- Seguiram-se várias soluções em estreia mundial:
- em 1976 foi o assento elevatório para crianças de 3/4 anos, com uma altura máxima de 140 centímetros, para permitir uma melhor colocação do cinto de segurança;
- em 1990 integrou esse banco elevatório na própria almofada dos dois assentos exteriores traseiros;
- em 1999 apresentou a primeira cadeira virada para trás com fixação ISOFIX;
- e em 2007 os bancos elevatórios passaram a ter duas alturas possíveis, em função da altura da criança, integrando limitadores de esforço nos cintos.
E a promessa é de não parar, seguindo-se os desenvolvimentos dos projectos acima descritos e o surgimento de outros, pelo que se aguardam com expectativa os próximos capítulos de imaginação da engenharia de segurança sueca.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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