Naturalmente que há uma aproximação real entre o nosso “O Preço Certo”, jogo de entretenimento televisivo que a RTP1 emite consecutivamente há 10 anos, e o original norte-americano “The Price Is Right”, nascido em 1956 e emitido desde essa longínqua data de meados do século passado.
Licenciada pela FreemantleMedia internacional, a versão portuguesa tem uma estrutura semelhante, composta por vários jogos de adivinhação de preços, com prémios variados, monetários ou físicos, e um muito apetecido “Grande Premio Final”. Aliás, “O Preço Certo” vive uma segunda vida na nossa TV estatal, depois do sucesso obtido de 1990 a 1993. Desde o regresso à antena em 2006 é Fernando Mendes quem faz as honras da casa, enriquecendo o jogo com a sua personalidade muito própria, quase com um cunho de “revista à portuguesa”. Improvisa com os próprios participantes, que durante cerca de uma hora conseguem os chamados “5 minutos de fama” para si e para muitas localidades do nosso Portugal profundo.
Um conceito simples e sem grandes tecnologias associadas, sendo impressionante o entrosamento de todos, da equipa de produção ao público que, com maior ou menor destreza mental, não se coíbe de ajudar – ou será baralhar? – os concorrentes que nervosamente adivinham e/ou escolhem os valores exactos de diversos itens, que vão dos simples bens de mercearia, aos electrodomésticos ou viagens, para além, claro está, do ambicionado e recheado prémio final, um cabaz de vários – e mais ou menos valiosos – produtos e serviços.
Então e… rodas? Naturalmente que também as há, em separado ou integradas nesse derradeiro prémio, sendo algo muito ambicionado pelos concorrentes, ávidos de regressar a casa ao volante do seu popó novinho em folha! Só que a dimensão das viaturas oferecidas no nosso programa é inversamente proporcional ao que se dá na versão norte-americana. Afinal, esta última conta com um orçamento bem mais recheado de zeros à direita, mercê da também enorme disparidade de patrocinadores com que um e outro programa contam.
Por cá e sem qualquer desprimor pelas marcas envolvidas ou pelos modelos oferecidos (afinal, quatro rodas novas são sempre quatro rodas novas), dá-se acesso a uns muito apetecíveis utilitários ou pequenos familiares, adequados às cada vez mais depauperadas bolsas lusitanas.
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| Fotos: The Price is Right / Preço Certo |
No original americano, devido às razões acima, a fasquia está bem mais elevada. Por vezes vivendo de temáticas e a título de exemplo, no final de 2013 o “The Price is Right” realizou a “Dream Car Week”, semana em que todos os dias os concorrentes podiam ganhar nada menos do que um super-desportivo de luxo, num lote de modelos como o Porsche 911 Carrera, Mercedes-Benz SL 550, BMW 640i e Jaguar XK, entre outros. Também já ali se ofereceu um Ferrari 458 Spider, um Cadillac XLR, ou mesmo automóveis clássicos como um Chevrolet Bel Air de 1955 ou um Bentley S3 de 1964.
A mais recente das loucuras foi nada menos do que um Audi R8 Spyder Quattro, o mais caro automóvel de sempre ali dado a um concorrente, no caso a uma senhora, que com enorme excitação, sofreu imenso até levar para casa este super-desportivo de 430 cv. Assista ao vídeo:
Apenas um parêntesis: como puderam ver no painel de preço que sobrou, por lá, esta ‘gema’ da indústria automóvel, equipada com um motor de oito cilindros em V e 4,2 litros de cilindrada, custa apenas 157.300 dólares, cerca de 114.400 euros em conversão cambial corrente. Digo “apenas” porque por cá, fruto dos nossos impostos, quem o quiser à porta de casa precisa de… 181.449 euros para o adquirir num concessionário da Audi. “Apenas” mais 67.000 euros, numa mera questão de números…
Se tiver curiosidade sobre este ‘franshise’ televisivo que, ao longo dos anos e com maiores ou menores variantes, tem tido programas a uma escala planetária (da Austrália ao Brasil, Índia, Líbano, Marrocos, Singapura, Turquia e Vietname são apenas alguns exemplos), aconselho a consulta do tema na Wikipedia.
Para saber e, eventualmente, participar no nosso “O Preço Certo” e, quem sabe, habilitar-se a dele sair sobre rodas, pode consultar a página oficial no Facebook.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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