É certo e sabido que, para a maioria da população, o domingo é tido como um dia de descanso. Como tal, deixo-vos uma pequena reflexão mencionando a importância do descanso para quem treina e se dedica ao corpo (fitness).
A musculação, por si só, é uma prática que exige bastante do corpo. Independentemente dos objectivos que se tenham, é das modalidades que dá maior consistência à nossa forma física mas também das mais lentas em termos de resultados.
O erro comum, tanto para a pessoa que quer emagrecer como para a que quer ter aumentos consideráveis de massa muscular, é a falta de paciência e querer resultados demasiado depressa. Em muitos casos, para contornar essa questão e procurar alcançar o objectivo mais rápido, as pessoas optam por "atalhos" desde os produtos simples à venda em dietéticas e lojas de suplementação que prometem "mundos e fundos" (queima de gordura, emagrecimento rápido, aumento de massa muscular, etc.) ao ponto máximo de tornar a actividade física uma obsessão e dar uma carga elevadíssima ao corpo com intuito deste gastar mais. Custa-me compreender como é que as pessoas conseguem manter níveis de motivação consideráveis quando treinam mais do que duas horas e, ainda por cima, fazem-no quase todos os dias (obviamente que atletas profissionais não contam). Haja vontade!!!!
E é exactamente por aí! Se estivéssemos perante casos de atletas profissionais cuja subsistência dependesse do seu rendimento físico/títulos e méritos desportivos e que precisassem de estar sempre ao mais alto nível, seria aceitável. Doutra forma, não faz sentido. Um caso bastante prático: o ciclismo ("dopagens" à parte), em que, por exemplo, no Tour de France, que decorre neste momento, percorrem, durante três semanas, mais de 3000km, com acentuada inclinação e velocidades médias sempre altíssimas. Neste patamar, os níveis de condição física roçam os limiares da perfeição, dada a relação existente entre a elevada intensidade física com o rendimento desportivo. É realmente incrível como é possível fazê-lo. Somente neste tipo de situação se justifica aplicar cargas tão intensas como persistentes ao corpo com intuito de estar ao mais alto nível e preparado para os "altos e baixos" das provas. Mas todos sabemos que desporto profissional não tem o "saudável" como principal objectivo, daí a carreira desportiva dos atletas profissionais das mais variadas modalidades não ir além dos 30/40 anos de idade.
Para nós, comuns mortais, que encaramos a actividade física como um meio para alcançar um corpo estético e bem definido ou como uma forma de melhorar a condição física geral ou somente por questões de saúde, é importante fazermos um bom balanço entre o bem estar físico e o psíquico e ter bem conscientes os limites que o nosso organismo nos impõe (Mens sana in corpore sano).
Daí a extrema importância em saber quando parar. Desde a simples série em que o grupo muscular já se encontra fatigado e a técnica sai prejudicada até ao dia completo isento de qualquer tipo de actividade física que vá além das tarefas normais diárias. É bom fazer sempre mais uma repetição ou treinar mais um dia para gastar umas calorias extra mas esquecemo-nos do riscos associados a esses excessos tais como contrair uma lesão grave ou entrar em Overtraining (estado fisiológico caracterizado pela fadiga constante e perda de força/performance). Contudo, não só o corpo sofre as consequências dos excessos. Também a mente (daí a referência feita no parágrafo anterior ao mente sã em corpo são) é afectada. Os níveis de motivação começam a baixar, a concentração e foco saem prejudicados e tende a verificar-se um desgaste da saúde psicológica trazendo implicâncias diversas - ansiedade, depressão, insónias, oscilações de humor. As actividades começam a ser encaradas como obrigação e não como um divertimento.
Assim, é fácil perceber as inúmeras vantagens que descanso traz ao organismo. Desde os índices de motivação, em que a tarefa é sempre encarada como divertimento e não como sacrifício bem como os benefícios implícitos na prática de exercício físico. É exactamente nos dias de descanso que o corpo recupera e melhora adaptando-se às cargas de treino - É nos dias de descanso que os músculos que trabalhou arduamente no ginásio são, de facto, moldados.
Em suma, a minha recomendação passará por treinar três a quatro vezes por semana, entre os 60 e os 90 minutos, conjugando o treino muscular com exercício cardiovascular variando as intensidades e estímulos. Nos dias de descanso, para quem se quiser manter activo, um passeio a pé ou de bicicleta ao ar livre são boas opções.
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