Já por diversas vezes aqui me referi – de passagem ou com mais pormenor – a toda a parafernália de tecnologias que os construtores estão a colocar nos seus automóveis novos, para nos proteger do ambiente onde rodamos e nos ajudar na condução, facilitando-nos a vida a bordo, tornando mais confortável as viagens que fazemos e, em ultima instância, protegendo-nos das voltas do destino. Sejam elas de trabalho, no vaivém constante de casa para esse local onde nos pagam o valioso serviço que, grande parte do comum dos mortais, presta a terceiros, ou de lazer, nas sempre desejadas férias e passeios de fim-de-semana, ou numa simples ida ao café do fundo da rua, há algo de que nunca estamos livres: os acidentes!
É um facto que, por mais cuidados que tenhamos e por mais daquelas ajudas que o nosso adorado ‘quatro rodas’ (ou mesmo duas) nos preste ou alerte, existe sempre o imponderável, factores de risco inerentes a quem anda na estrada, como sejam os outros condutores, as condições da via ou aquela preocupação que não nos sai da cabeça, que nos distrai e, num micro-segundo, altera para sempre a nossa vida, já para não falar do formato da viatura.
Mesmo sabendo que há milhentos acidentes, com inúmeras variáveis – velocidade, condições da estrada, clima, estado do condutor (cansaço, álcool, distracções), etc – o vídeo que apresento a seguir é exemplificativo de algumas dessas situações. A violência dos impactos fica bem marcada no automóvel e nos seus ocupantes, aqui simulados através de ‘dummies’.
Violento não é? As imagens são da EuroNCAP, consórcio europeu que atesta os níveis de protecção dos automóveis, avaliando a resistência do conjunto, a validade dos sistemas que as marcas colocam nos seus interiores e o seu contributo para a protecção dos ocupantes e mesmo as preocupações no domínio dos impactos com os peões. Elas servem apenas de exemplo a três tipos de acidentes que estamos sujeitos. Ele demonstra:
- uma batida de frente, com uma esquina fixa a 64 km/h, velocidade perfeitamente aceitável numa condução no dia-a-dia,
- um impacto lateral de um veículo que o atinge a 50 km/h,
- ou ainda uma batida lateral num poste ou outra estrutura vertical, a 29 km/h.
Se cá fora os danos são imediatos – o nível de destruição é bem visível nas imagens – para os passageiros a bordo há todo o resultado desses indesejáveis impactos, por vezes ‘escondido’. Explodem almofadas de ar, que tentam privar-nos de encontros mais violentos com estruturas do carro, os cintos tensionam ‘apertando-nos’ contra o banco, enquanto os encostos de cabeça tentam minimizar o denominado efeito-chicote, em que o nosso pescoço é o infeliz protagonista.
Para tal, a EuroNCAP usa os tais ‘dummies’, personagens que recriam adultos e crianças – adolescentes e recém-nascidos nas cadeirinhas (idealmente adequadas ao peso/tamanho/idade) – e que estão repletos de sensores, avaliando os potenciais danos e ferimentos que o acidente poderia provocar se os personagens a bordo fossem de carne e osso.
À medida que os automóveis evoluem, também os critérios da EuroNCAP se tornam mais rígidos e, por isso, mais difíceis de alcançar, significando que um modelo que tenha obtido a tal avaliação máxima de 5 estrelas há uns anos, se fosse hoje testado segundo os moldes actuais (os mais recentes são de Junho deste ano) dificilmente ultrapassaria um resultado mediano de 3 ou 4 estrelas… ou seja, era seguro na altura, mas agora já não o é tanto!
Acrescente-se que o caso acima apresentado refere-se ao novo VW Golf Sportsvan, uma das mais recentes propostas da ‘casa’ alemã, modelo que garantiu as almejadas 5 estrelas na avaliação global, em conjunto com percentagens elevadas nos seus quatro capítulos principais – protecção de passageiros adultos e de crianças, impacto em peões e sistemas de segurança – mas poderia ser de outro automóvel qualquer analisado por este organismo.
Caso queira saber o nível de segurança do modelo que tem parado à porta de casa, consulte o ‘site’ da EuroNCAP. É certo que hoje em dia quase não existem automóveis inseguros, mas há uns que se destacam dos demais, oferecendo maiores níveis de protecção, se bem que em alguns casos à custa de um ou mais euros extra no preço, é certo! Mas o que é bom paga-se e a preservação da nossa vida e da de quem transportamos a bordo do nosso ‘boguinhas’ decerto valerão esse esforço adicional.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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