A glândula tiróide é uma glândula endócrina, ou seja, produz hormonas que irão ser distribuídas para as células-alvo, pela corrente sanguínea. É uma estrutura que está localizada na zona de transição entre a laringe e a traqueia, situando-se anteriormente aos primeiros anéis traqueais e à parte inferior da cartilagem cricóide. É constituída por 2 lobos (direito e esquerdo) que se unem através do istmo. As suas hormonas são essenciais para a vida, intervindo no metabolismo celular, crescimento e desenvolvimento do organismo. Estas, regulam a temperatura corporal, a frequência cardíaca, a pressão arterial, o funcionamento intestinal, o controlo do peso, o estado de humor, entre outras funções.
Com a anatomia toda estudada, agora passamos à fase das doenças que poderão surgir nesta glândula, originando um aumento ou diminuição das hormonas por ela produzidas. Comecemos pelo hipertiroidismo. No hipertiroidismo há uma hiperfunção glandular, levando a um aumento das hormonas tiroideias, a T3 e T4. Os principais sintomas são a diarreia, perda de peso, aumento do apetite, hiperatividade, intolerância ao calor, hipersudorese, tremores, irritabilidade, agitação e oligomenorreia (diminuição do fluxo menstrual e infertilidade). O doente também pode ter um aumento da tosse e ter dificuldade em engolir já que em muitos casos a glândula está aumentada de tamanho. Há várias causas na base desta patologia tais como a doença de graves, o bócio multinodular, o adenoma tóxico, o excesso de iodo, entre outras. A própria gravidez poderá induzir um quadro de hipertiroidismo já que a hormona HCG poderá estimular esta glândula. Especificamente na doença de graves, poderá surgir exoftalmia em que os olhos parecem sair da órbita, mixedema pré-tibial onde há um inchaço na zona da tíbia e, por fim, o hipocratismo digital com dedos dolorosos e tumefactos. Por outro lado, temos o hipotiroidismo em que há uma supressão da função tiroideia, originando uma diminuição das suas hormonas. Os principais sintomas são a fadiga, a letargia, a depressão, a intolerância ao frio, o aumento de peso, a obstipação, a rouquidão, alterações cognitivas, mialgias, cãibras e fraqueza. O hipotiroidismo atrófico primário, a tiroidite de hashimoto, a tiroidite subaguda poderão ser a causa desta patologia. Alguns defeitos cromossómicos como o sindrome de Turner e de Down poderão também estar associados.
Por fim, para o diagnóstico destas alterações deve-se pedir um doseamento das hormonas tiroideias T3 e T4 e da TSH, hormona hipofisária que controla a produção da glândula tiróide. Juntamente com estas análises, também se poderão realizar exames auxiliares de diagnóstico como a ecografia. O tratamento depende da causa mas, normalmente, usam-se fármacos antitiroideos como primeira linha no hipertiroidismo e um análogo da T4 nos casos de hipotiroidismo.
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