Combustíveis verdes, baixas emissões poluentes, materiais reciclados… Tudo conceitos de algum modo presentes no nosso quotidiano, também no que se refere ao veículo que conduzimos. De facto, os construtores não param de trabalhar na busca de novas soluções para os tornar mais ambientalmente correctos, tentando-se diluir o epíteto que os indica como os principais poluentes do nosso planeta Terra”. Não é tanto assim mas isso levar-nos-ia em considerandos dos instalados interesses empresariais e políticos e não é esse o objectivo deste Trendy Wheels de hoje!
Assim sendo, se os automóveis que conduzimos aparentam ser cada vez mais ‘limpos’, será que você, como condutor, também o é? Ou, reformulando para o título desta peça, será que o leitor é um bom eco-condutor? Como é que se caracteriza quando está atrás do volante? Será que contribui para ‘pintar de verde’ este nosso planeta, ou anda para aí a ‘matar’ as florestas utilizando o seu carro como ‘arma’, em última análise, prejudicando a sua própria saúde?
Não, não! Descanse! Não entrou na “Lista dos 100 Criminosos Ambientais Mais Procurados do Mundo”, nem nada que se pareça, pois há agentes poluidores e outras entidades com mais telhados de vidro do que todos os que lêem (e também os que não o fazem) os ‘devaneios’ semanais deste vosso escriba. Mas, como estou aqui para tentar ajudar, poderei dar-lhe umas dicas para que se possa tornar num bom eco-condutor. Ganha o Planeta e, acima de tudo, ganha quem está atrás do volante, o leitor!
Baseio-me no estudo denominado “Projecto eco-condução Portugal”, pioneiro em termos nacionais e com objectivos bem definidos, iniciado 2008 pela OCCAM, com o apoio da ACAP e do IMTT e de várias outras entidades oficiais e particulares. Com ele pretendia-se a promoção de hábitos de condução mais eficientes e seguros, a redução nos consumos de combustível e também das emissões de poluentes (óxidos de azoto e enxofre) e gases com efeito de estufa (como o dióxido de carbono), contribuindo, em simultâneo, uma maior segurança rodoviária. Ufa!!!
Cinco anos depois foram vários os avanços, nomeadamente dos construtores, que fazem automóveis com motores mais eficientes, muitos dotados do agora comum sistema de “stop & start” (aquele que desliga e os desliga sempre que se pára num semáforo ou no pára-arranca do trânsito) e opções de condução ‘eco’, entre outras soluções mais ou menos tecnológicas e mais ou menos visíveis nas designações. Mas também dos clientes, que procuram automóveis ‘correctamente ambientais’, não tanto porque Portugal seja um país verde (apesar de o ser em termos de geologia) mas porque algumas dessas soluções têm implicações no preço final da viatura. Mas também é um facto que alguns deles tenham adoptado, gradualmente, uma consciência ambiental, estando já bastantes avançados nesse curso de eco-condução. Para que os possa igualar – não… não dá equivalência para nenhuma licenciatura, mas é sempre uma vantagem – vou dar-lhe algumas dicas:
1 – Escolha bem o carro que o acompanhará neste ‘jogo’, tendo em conta o tipo de combustível, a potência, a indicação dos consumos e das emissões, a aerodinâmica e todas as questões de eficiência e manutenção. Note que muitos construtores já propõem automóveis com emissões de CO2 inferiores a 100 gramas por cada quilómetro de estrada percorrido;
2 – Dê à chave apenas e só quando der início à viagem e desligue o carro sempre que se imobilize mais do que 60 segundos (já há muitos automóveis equipados com o tal sistema de pára/arranca que dão uma ajuda preciosa neste processo). Poupa-se nos consumos, aumenta-se a longevidade do motor e o ambiente também agradece;
3 – Conduzir depressa? “No way José!” Conduza a velocidades constantes e adaptadas ao trafego circulante. Faça-o com suavidade, evitando acelerações ou desacelerações bruscas. O mesmo vale para as travagens;
4 – Use, sempre que possível, uma mudança alta. Com isso, as rotações do motor baixam e os consumos diminuem;
5 – Nas descidas de acentuada inclinação mantenha o veículo engrenado numa mudança compatível (travando com o motor), garantindo maior segurança e menores consumos;
6 –Evite transportar bagagem no tejadilho, pois a alteração da aerodinâmica do veículo aumenta os consumos (e com eles as emissões e tudo o resto). Carga a mais na bagageira e no interior do carro também não ajuda;
7 – Ligue o ar condicionado só quando necessário, pois ele pode aumentar os consumos;
8 – Verifique regularmente (no mínimo uma vez por mês) a pressão dos pneus;
9 – A afinação geral do veículo também é importante, pelo que deve verificar o nível do óleo com regularidade;
10 – Sempre que possível, planeie o melhor percurso nas deslocações e tente antecipar o fluxo de trânsito. O potencial de poupança de combustível na ordem dos 5%;
11 – Considere a partilha de automóvel em deslocações para o trabalho ou de lazer, com colegas de trabalho ou amigos. Todos têm a ganhar!
12 – Evite usar o automóvel em deslocações curtas. Poupa combustível e contribui para o seu bem-estar físico.
Em resumo: se adoptar hábitos de condução mais eficientes, ecológicos e seguros, irá conseguir tirar maior partido das capacidades do seu automóvel, optimizando os consumos (com a consequente redução da factura mensal), e reduzindo os níveis de poluição e de ruído, ao mesmo tempo contribuir para a diminuição do número de acidentes rodoviários. Se precisar de ajuda, o mundo das App já disponibiliza uma aplicação para o efeito. Denominada “Green Meter”, está disponível para iPhone e iPod Touch. Fixe, não?
Caso queira saber mais da temática da Eco-Condução, pode fazê-lo na página específica do IMTT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres ou na da EDENE – Agência para a Energia.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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