Não há qualquer dúvida que as tecnologias facilitam-nos, cada vez mais, a vida, permitindo-nos realizar milhentas funções que antes tínhamos de ser nós a ‘dar ao litro’. Se bem que ainda longe – espero… – da visão apocalíptica do domínio das máquinas sobre a raça humana, já não passamos sem determinados aparelhos, sem os quais a nossa vida se tornaria um imenso vazio.
Um deles é o telemóvel, aparelhinho que, consoante o sistema operativo integrado, nos permite programar a quase totalidade da nossa vida, contendo os contactos e agenda (ui quando a coisa descamba e o tal ‘backup’ que temos vindo a adiar não foi feito…) e dando-nos acesso a todo o mundo virtual, onde se escarrapacha – uns mais, outros menos – a vida, desde o pensamento mais íntimo, ao jantar de amigos onde estivemos e tirámos umas fotos que, bem vistas as coisas, teria sido melhor não, ou mesmo a última compra de algo de gosto mais ou menos duvidoso. Ah sim… e os “Gostos”, os milhões de “Gostos”!
Mas… já dois parágrafos e ainda não falei de rodas?! Serve este intróito para fazer a ponte para o tema de hoje, o do estacionamento com pagamento via telemóvel, funcionalidade que está a ser desenvolvida por algumas entidades.
Acabou-se a dor de cabeça com a moedinha que não temos para por no parquímetro e a nota de 5 euros que a máquina não aceita e que no café da esquina não trocam porque, muito ‘simpaticamente’, o funcionário que está atrás do balcão nos diz, com um ar arrogante de quem não está satisfeito com as agruras da vida – “Não tenho trocos! Não posso trocar. Não fazia outra coisa durante o dia!” – deixando-nos com a perspectiva de um bilhetinho da empresa que explora o estacionamento no vidro ou, com o ‘brinquinho’ colocado na roda e uma fitinha a condizer em volta da viatura, mais um aviso colado no vidro (com uma cola que é um bruxedo para retirar), ou, pior ainda, com o sítio da mesma no nosso regresso, já ocupado por outra viatura que não a nossa, porque entretanto esta foi rebocada sabe-se lá para onde! Arghhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Vá… não desespere! É certo que, para já ainda não são muitas as Câmaras Municipais cujos serviços de estacionamento associados disponibilizam esta nova funcionalidade, mas, com o tempo, o processo ver-se-á alargado a outras zonas do país.
Sintra e a sua empresa que gere o estacionamento na simpática e afamada vila, cuja Paisagem Cultural lhe valeu a distinção de Património Mundial pela UNESCO, serviram de cobaia à solução desenvolvida pela Portugal Telecom e que está disponível para os sistemas operativos iOS e Android. Seguiu-se o alargamento à edilidade de Coimbra, com os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos locais a gerir a coisa. Ah, sim, também a capital de distrito com o mesmo nome tem uma candidatura a decorrer para elevar a Património Mundial a sua conceituada Universidade. Portugal é, de facto, um país fantástico!
Voltando ao tema e em alternativa aquelas, surge o concelho de Cascais, onde se está agora a implementar uma solução semelhante, através do sistema paySimplex, operável nos ambientes Android, Windows, Apple e BlackBerry. O processo é em quase tudo idêntico, mas com outro fornecedor do serviço.
Os serviços de outras vilas e cidades estão em fases mais ou menos avançadas de aprovação nas respectivas edilidades, como Lisboa, que aguarda a aprovação pela Assembleia Municipal, para passar à fase seguinte e iniciar a pesquisa entre os operadores existentes no mercado.
Trata-se de serviços que permitem o pagamento do estacionamento na via pública através de telemóvel, tendo sido especificamente desenhados para responder às necessidades como pagamento de estacionamentos sem hora de fim definida, pagamento por valor, por tempo, por hora de fim e em diferentes zonas, entre outras especificidades.
É simples e cómodo, permitindo que se pague o estacionamento em qualquer local e a qualquer hora. Quem já não passou pela situação de estar a chover picaretas e o único lugar para o carro ser ‘longe para burro’ do parquímetro. Há que sair do carro e alimentar a gulosa máquina com moedas, ver que o parquímetro não dá bilhete ou, simplesmente não funciona, ter de recuperar as moedas que, entretanto, com a pressa de sair dali porque a água da chuva já escorre coluna abaixo, deixamo-las cair no chão, correr para outra máquina e repetir o processo, tirar o bilhete, regressar ao carro para o colocar no tablier, fechar a viatura e correr para o destino onde chegamos completamente ensopados! E, uma vez lá, verificar que afinal o tempo ‘comprado’ não é suficiente porque a reunião está a demorar mais do que o previsto ou a consulta médica está atrasada não sabemos quanto tempo, não havendo sequer previsão de quando seremos atendidos! Arghhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh – A Sequela!
Pronto, pronto… acalme-se! Basta tirar o telemóvel do bolso, actualizar a reserva e ‘a coisa’ está resolvida! “Ah e tal… eu não tenho um telemóvel tão sofisticado, o meu é mesmo um ‘bajolo’ do tempo dos Afonsinhos…”. Também não faz mal. O serviço é independente do nível de sofisticação tecnológica dos aparelhos, apenas tendo de se escolher a forma de pagamento mais conveniente: através do envio de uma mensagem de texto (vulgo SMS), acesso a um portal ou utilização de uma App gratuita para os vários diferentes sistemas operativos.
E também deixa de ser necessário o ‘papelinho’, algo que as árvores agradecem, pois apesar de já não haver um título impresso visível na viatura, caso tenha o pagamento em dia, a fiscalização possui no sistema a informação relativa ao estado do estacionamento da sua viatura.
Explicações mais detalhadas dos “comos, ondes e porquês” estão disponíveis nos ‘sites’ dedicados, da Portugal Telecom e da paySimplex, com o acesso às respectivas Apps, para além da indicação de onde já é possível fazê-lo. Pode ainda ver a reportagem feita recentemente pela SIC Notícias sobre este tema.
Sim… a temática de hoje foi mais ‘light’ e versou um tema complementar ao das rodas. Espero que a minha amiga Ana Aniceto, do Trendy Gadgets não sinta a sua área invadida. E então logo eu, que sou o oposto dos ‘geeks’ em matéria tecnológica!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas: 1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes. Os restantes membros deste ‘blog’ não têm obrigatoriedade de partilhar dos mesmos pontos de vista; 2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
1 comentário:
gostei :-) AR
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