Será que existe alguma sabedoria nesta expressão popular?
Vejamos a verdade!
"Ter os tomates cheios" é uma expressão, normalmente, usada quando um homem tem um período de abstinência sexual. O homem produz, diariamente, cerca de cem milhões de espermatozóides, por testículo. Estes espermatozóides acumulam-se numa zona chamada de epidídimo, situada entre a saída dos testículos e a base do canal deferente, o canal que permite a ejaculação.
Nesta expressão, fica subentendido que, uma vez que não existe uma descarga de espermatozóides, os testículos ficariam inchados de tanta acumulação. Quem ejacula uma vez por semana liberta mais espermatozóides que quem ejacula duas vezes por dia. Este facto permite pensar que, se a abstinência prosseguir, o teor em espermatozóides aumentará cada vez mais. Mas será mesmo assim?
Na realidade não é isso que se verifica. O teor em espermatozóides aumenta nos quatro ou cinco primeiros dias de abstinência e depois estabiliza, o que significa que os espermatozóides não se acumulam indefinidamente no epidídimo. A verdade é que, ao cabo de vários dias, são evacuados para a uretra ou destruídos por outras células, os chamados "macrófagos".
Outro aspecto interessante é que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, os testículos apenas produzem 5% do esperma ejaculado, o resto provém da próstata (25%), e principalmente das vesículas seminais (70%).
Um homem muito excitado pode ejacular uma maior quantidade de esperma, dando a impressão de ter um reservatório cheio. Porém, é uma ilusão. Com efeito, o volume ejaculado depende da contracção da vesícula seminal, a tal ponto que uma forte excitação estimula mais o músculo que desencadeia a abertura dessa glândula, libertando mais esperma: o que poderia justificar a expressão "ter os tomates cheios", quando, afinal, a quantidade disponível é a mesma.
O esperma é mais rico após uma abstinência de alguns dias. No entanto, devemos ter em conta que, embora um pouco de abstinência aumente o número de espermatozóides, um grande período de abstinência torna-os inoperantes, ou seja, perdem a sua mobilidade e qualidade. Segundo os especialistas, o melhor esperma é o que corresponde a cerca de cinco dias de abstinência. Em linhas gerais, deve-se fazer amor uma ou duas vezes por semana... o que calha bem, porque é mais ou menos a média dos casais!
Adaptado do original de Antonio Fischetti, A Angústia do Chato antes do Coito, Bizâncio
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